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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Faixa exclusiva, jeitinho brasileiro e gambiarra

O brasileiro costuma se auto-declarar justo. Mas, ao ver uma faixa exclusiva de ônibus vazia, costuma pedir para liberá-la para os carros. O correto não seria pedir mais ônibus?

EPTG engarrafada e faixas exclusivas. Foto: Auditoria TCDF.
EPTG engarrafada e faixas exclusivas. Foto: Auditoria TCDF.

Nas frequentes greves de ônibus, e nas menos frequentes greves de metrô, volta à tona a polêmica: as faixas exclusivas de ônibus devem ser liberadas para os carros de passeio? Uma discussão geralmente egoísta, que se esquece dos espremidos usuários do transporte coletivo que pelo menos pela faixa exclusiva podem fazer uma viagem pegando menos congestionamentos.

Não seria o caso de os motoristas pedirem mais ônibus e melhor transporte coletivo, em vez de simplesmente pressionar por mais uma faixa para os carros? Mesmo em vias que chegam a ter sete (7) faixas de tráfego misto em alguns pontos (como a EPTG, estrada que liga Taguatinga e Guará a Brasília), apenas uma delas exclusiva (meros 14% da largura da via), a súplica dos motoristas persiste. E cabe lembrar que as faixas exclusivas quase nunca são exclusivas de ônibus: elas são compartilhadas por ônibus, táxis com passageiro, ônibus fretados, ônibus escolares e veículos de emergência como polícia, bombeiros e ambulâncias.

Jeitinho brasileiro e gambiarra

Resumindo, o jeitinho brasileiro para "acabar" com os congestionamentos aparentemente é a gambiarra: transformar a faixa exclusiva em faixa infestada de carros, sem levar em consideração a quantidade de passageiros transportados ou um uso mais igualitário do espaço público. Os motoristas aparentemente esquecem (ou "preferem ignorar") que, na mobilidade urbana, são minoria.

Mobilidade eficiente

Há um outro problema que é geralmente ignorado nas discussões de mobilidade: os grandes motores a diesel usados pelos ônibus são extremamente ineficientes em congestionamento. Ou seja, devem estar em movimento, pegando pouco congestionamento. Levando em consideração isso, o fato de estar levando mais pessoas e que se deve dar a maior eficiência possível ao salário pago ao cobrador e ao motorista, o ônibus preso em engarrafamento é extremamente ineficiente. E isso é custo para toda a sociedade na forma de uma pior mobilidade para todos. Muitos dos insatisfeitos com o transporte público acabam migrando para o uso diário do carro de passeio.

Enfim, se o brasileiro comum pressionasse por mais igualdade, melhores condições para todos e mais eficiência em todos os setores em vez de sempre exigir privilégios para poucos, talvez tivéssemos hoje um Brasil melhor, e não um país com tantos privilégios (e poucos privilegiados) no uso de recursos públicos.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Ônibus no DF: Tarifa técnica chegará a R$ 4,75, aumento de até 75% desde 2013

A tarifa técnica da Viação Pioneira passará para R$ 3,74; a da Marechal, para estrondosos R$ 4,75. Aumento vem após várias paralizações-surpresa que prejudicaram milhares de passageiros.

Evolução da tarifa técnica no transporte do DF comparada à inflação

A tarifa técnica é o valor que o GDF repassa às empresas por pessoa transportada. O valor não corresponde aos valores que os usuários pagam pelas passagem. Quando necessário, o GDF complementa a importância paga pelo passageiro até que se chegue ao valor da tarifa técnica. No cálculo também entram as integrações por cartão feitas pelo usuário. É essa tarifa que o GDF, após recomendação do Ministério Público, vai aumentar por agora.

Os aumento previsto para a Viação Pioneira será de 58,4% em relação ao valor com que ela começou a operar no novo sistema, em 2013. Já para a Marechal, o aumento será de estrondosos 75%. O aumento corresponde à quase cinco vezes a inflação oficial desde o início de 2013, que é de apenas 15,5% (IPC-A / IBGE).

Evolução da tarifa técnica
Empresa Valor da tarifa
Licitado (2012/2013) 2013/2014 2015 Aumento total
Pioneira R$ 2,36 R$ 2,82 R$ 3,74 58,4%
Marechal R$ 2,7192 R$ 3,26 R$ 4,75 74,7%

O aumento acaba sendo um prêmio dado pelo governo às empresas que fizeram diversas paralizações, a maior parte delas graças a falta de pagamento a motoristas e cobradores. As paralizações, que aconteciam praticamente sem aviso, acabaram com vários cidadãos lesados em seus direitos. O GDF não divulgou se houve punições ou multas para as empresas.

Em entrevista ao Correio Braziliense, o Secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, disse que o aumento se dará porque, após a licitação, nunca foi implantado o sistema integrado proposto. O Secretário afirmou também que a tarifa não vai aumentar para o usuário, porque “a qualidade do transporte público no DF é baixa” e, assim, não seria justo aumentar a tarifa para o passageiro. Ainda segundo Tomé, o custo da tarifa técnica não apenas sobe; também pode cair. Ele disse que isso pode acontecer quando for implantada a malha otimizada de transporte do DF.

Com informações do JBr, CB, DFTrans e G1.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Reguffe pede que Rollemberg honre compromissos no governo do DF

Reguffe cobra de Rollemberg três compromissos: fim dos impostos sobre medicamentos no DF, redução de 60% nos cargos comissionados e não aumento de impostos acima da inflação.

Senador Reguffe - Waldemir Barreto/Agência Senado
Senador ReguffeWaldemir Barreto/Agência Senado

O senador Reguffe (PDT-DF) pediu ao governador do Distrito Federal, ex-senador Rodrigo Rollemberg, que honre compromissos assumidos na campanha. Ele se referiu, especificamente, a três sugestões suas a Rollemberg.

Um dos compromissos é o fim dos impostos sobre os medicamentos no Distrito Federal. Segundo o senador, isso poderia ser feito por meio do Programa Nota Legal, com a devolução, em 2016, dos tributos sobre remédios comprados em 2015.

Ele cobrou também a redução de 60% dos cargos comissionados no DF. De acordo com ele, até agora, o governo cortou apenas 15%.

Reguffe disse que outro compromisso de Rollemberg era não aumentar impostos acima da inflação, mas o governador mandou à Câmara Legislativa projeto para aumentar em 100% o IPTU no DF, de maneira escalonada (20% ao ano). A tramitação da proposta acabou suspensa depois da reação negativa.

— Vinte por cento, enquanto a inflação anual é de 6,5%, ou seja, mais que o triplo da inflação anual, sendo que o compromisso era não aumentar imposto acima da inflação anual. Se o governo anterior foi irresponsável, e foi muito, isso não pode servir de motivo para que o novo governo não cumpra os compromissos que assumiu com a população.

Da Redação do Senado Federal e Da Rádio Senado